Médico especialista em Nervos Periféricos no Brasil.

O Dr. Thomas Marcolini - Neurocirurgião

Thomas Marcolini • 8 de fevereiro de 2024

As principais causas da Síndrome do Pé Caído e o papel da Fisioterapia na recuperação

Introdução à Síndrome do Pé Caído

A Síndrome do Pé Caído é uma condição neuromuscular na qual você perde a capacidade de levantar a parte frontal do pé. Isso ocorre devido à fraqueza ou paralisia dos músculos responsáveis por esta ação. Como resultado, ao caminhar, a ponta do pé tende a arrastar-se pelo chão, exigindo um esforço maior para que o pé seja levantado. As causas são variadas por exemplo:

  • Lesão do nervo fibular
  • Hérnia de disco
  • Lesão medular
  • Doença inflamatória ou imunológica
  • AVC


 Identificar a origem é essencial para um plano de recuperação eficaz, no qual a fisioterapia desempenha um papel fundamental.

Anatomia e Porque acontece o Pé Caído

anatomia da síndrome do pé caído

Quando você tem pé caído, sua capacidade de levantar a parte frontal do pé fica comprometida devido a uma debilidade ou paralisia dos músculos envolvidos. Os músculos que permitem a flexão do tornozelo, como o tibial anterior, extensor dos dedos e deão, são inervados pelo nervo fibular (ou peroneal) que, se lesado, pode causar essa condição. As causas podem incluir:

  • Lesões traumáticas que afetam os nervos ou músculos
  • Compressão do nervo fibular, frequentemente associada a hábitos posturais inadequados
  • Problemas neurológicos, como esclerose múltipla ou AVC
  • Doenças neuromusculares, como a distrofia muscular

Entendendo a anatomia e as causas, você pode buscar formas efetivas de tratamento e reabilitação.


Lesões traumáticas do fibular e a Incidência da Síndrome do Pé Caído

paciente com síndrome do pé caído.

Quando você sofre uma lesão nos nervos fibulares, especialmente o nervo fibular comum, isso pode levar à Síndrome do Pé Caído. Lesões nesses nervos podem ser causadas por:

  • Traumas diretos: Golpes fortes na região lateral do joelho ou fraturas podem lesar o nervo fibular.
  • Compressões prolongadas: Manter a perna cruzada por tempo extenso ou uso de gessos muito apertados podem prejudicar o nervo. Compressão de bota pneumática durante uma cirurgia.
  • Cirurgias: Procedimentos ortopédicos ao redor do joelho podem acidentalmente afetar o nervo.

Essas lesões podem incapacitar a função dos músculos responsáveis pela flexão dorsal do pé, resultando na característica marcha em “escavante” da Síndrome do Pé Caído. A identificação e o tratamento precoces são fundamentais para evitar danos permanentes.


Lesões na Coluna causando a Síndrome do Pé caído

Lesões na coluna vertebral, como discopatias ou hérnias de disco, podem resultar na compressão de nervos, especialmente o nervo ciático, que é responsável pela inervação da perna e pé. Quando os nervos afetados estão relacionados com a movimentação e sensibilidade do pé, essa compressão pode levar ao desenvolvimento da Síndrome do Pé Caído. Algumas condições específicas que podem contribuir para este problema incluem:

  • Estenose do canal vertebral
  • Protusões discais
  • Lesões por esforços repetitivos
  • Traumas diretos na coluna

A reabilitação por meio da fisioterapia inclui exercícios para fortalecer os músculos, melhorar a coordenação e restaurar a amplitude de movimento, essenciais no tratamento da Síndrome do Pé Caído.


Importância da detecção e Tratamento da Síndrome o mais rápido Possível

Tratamento eficiente para a síndrome do pé caído.

Detectar e tratar a Síndrome do Pé Caído rapidamente é crucial para evitar danos permanentes nos nervos e atrofia muscular. Assim que notar qualquer dificuldade em levantar a parte frontal do pé, procure a ajuda de um especialista para iniciar uma avaliação e tratamento imediatos. A fisioterapia desempenha um papel essencial na recuperação:

  • Reduz o risco de quedas, aumentando sua segurança ao caminhar.
  • Ajuda a evitar complicações, como a rigidez articular.
  • Estimula o fortalecimento dos músculos afetados para melhorar a mobilidade.
  • Ensina técnicas de marcha e uso de dispositivos de assistência, se necessário.
  • Promove a neuroplasticidade para auxiliar na reabilitação do nervo afetado.


Além disso, o uso de órtese ajuda a:

  • Evitar retração do calcanhar.
  • Ajuda na estabillização do pé.
  • Auxilia no ganho de força.
  • Trás segurança em meio ao tratamento.


Iniciar o tratamento cedo amplia sua chance de recuperação total e retorno às atividades cotidianas.


A fisioterapia como tratamento principal: técnicas e estratégias

Cirurgia para Síndrome do pé caído.

Na fisioterapia para a Síndrome do Pé Caído, você será exposto a uma variedade de técnicas. Algumas das mais eficazes incluem:

  • Exercícios de fortalecimento: especialmente para os músculos da perna e do pé, para melhorar a capacidade de levantar o pé ao caminhar.
  • Estimulação elétrica: pode ser utilizada para melhorar a função muscular e a sensação no pé e na perna.
  • Mobilização articular: realizado para manter a flexibilidade do tornozelo e dos dedos do pé.
  • Treino de marcha: onde o seu padrão de caminhar é corrigido e apropriado para evitar quedas e estimular o movimento correto da perna.

Lembre-se, a consistência na fisioterapia é crucial para uma recuperação eficaz.


Exercícios específicos para Quem sofre da Síndrome do Pé Caído

  • Levante os dedos: Sentado, tente levantar os dedos do chão enquanto mantém o calcanhar apoiado. Este exercício ajuda a fortalecer a musculatura da frente da perna.
  • Extensão e dorsiflexão contra resistência: Utilize uma faixa elástica amarrada no pé afetado e faça movimentos de levantar o pé contra a resistência. Isto trabalha o músculo tibial anterior. Só faça caso não tenha passado por uma cirurgia e já tenha força para levantar o pé.
  • Caminhada de calcanhar: Ande apoiando apenas os calcanhares no chão, de forma a estimular a musculatura dorsiflexora do tornozelo.
  • Exercícios proprioceptivos: Fique de pé, em uma superfície estável,  pise em uma almofada, mantenha o equilíbrio e tente sentir segurança com o pé. Isso ajudará a melhorar a percepção do tornozelo. Não faça sozinho sem ajuda e sem orientação de um profissional.
  • Flexão e extensão dos dedos: Encostado numa parede, mova os dedos dos pés para cima e para baixo, buscando aumentar a amplitude de movimento e fortalecer os músculos dos pés.



Esses exercícios devem ser feitos regularmente e sob orientação de um fisioterapeuta para garantir que são adequados para a sua situação específica e para prevenir lesões adicionais.


O que Não fazer pois pode Piorar a Síndrome do Pé caído!

  • Não faça exercícios de panturrilha: Como pisar com o pé e força-lo para baixo. Isso fortalece os músculo de trás da perna, ou seja. Os que puxam o pé para baixo.
  • Não deixe de usar órtese quando indicado: Ficar com o pé muito tempo para baixo causa uma deformidade e depois fica difícil de trazer o pé para cima, mesmo que você ganhe força.
  • Não alongar: Alongamento todos os dias aumentam muito sua chance de melhora do pé caído.

Alongamentos para a Síndrome do Pé Caído

A fisioterapia desempenha um papel crucial na recuperação da Síndrome do Pé Caído, e os alongamentos são componentes essenciais desse processo. Aqui estão alguns exercícios de alongamento que você pode realizar:

  • Alongamento do Tendão de Aquiles:
  • Sente-se com a perna estendida.
  • Use uma toalha ou faixa para puxar suavemente o pé em direção a você.
  • Mantenha a posição por 15 a 30 segundos.
  • Alongamento dos Músculos da Panturrilha:
  • Apoie as mãos em uma parede, com um pé à frente do outro.
  • Mantenha o calcanhar do pé de trás no chão e incline-se para frente.
  • Sustente por 15 a 30 segundos.
  • Exercício de Elevação do Pé:
  • Sente-se com os pés apoiados no chão.
  • Levante a parte frontal do pé, mantendo o calcanhar no chão.


Integre esses exercícios na sua rotina diária, sempre respeitando os limites do seu corpo e sob orientação profissional.


Uso de órteses e adaptações no cotidiano para o pé

Órtese para a síndrome do pé caído.

No tratamento da Síndrome do Pé Caído, o uso de órteses é essencial para a sua recuperação e independência nas atividades diárias. As órteses ajudam a:

  • Manter o pé na posição adequada.
  • Prevenir tropeços e quedas.
  • Facilitar a marcha, tornando-a mais segura e eficiente.

As adaptações no lar também são importantes, como:

  • Retirar tapetes que possam causar escorregões.
  • Instalar barras de apoio nos locais apropriados.
  • Adaptar o calçado para acomodar a órtese e proporcionar estabilidade.


Essas mudanças simples podem aumentar significativamente sua qualidade de vida. Principalmente em pacientes idosos.


Casos de sucesso: estudos de caso e recuperações notáveis

Se a fraqueza ou incapacidade de levantar a parte frontal do pé é uma realidade para você, pode ser um sinal da Síndrome do Pé Caído.


Essa condição pode dificultar atividades simples como caminhar, podendo evoluir para tropeços e quedas indesejadas. Não ignore esses sintomas. É fundamental buscar acompanhamento médico para obter um diagnóstico correto.


A fisioterapia emerge como um recurso crucial no tratamento, auxiliando na recuperação da função motora e prevenindo complicações futuras. Profissionais especializados irão trabalhar com exercícios direcionados e o uso de órteses, se necessário, para restabelecer sua mobilidade e qualidade de vida. Não adie a procura por ajuda especializada.


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